Seca intensa, queimadas e fumaça resultaram em cenas que chamaram atenção na maior ilha fluvial do mundo. Um grupo de cobras morreu após ser cercado pelas chamas. Brigadista registra quati fugindo de incêndio e procurando por água
O maior lago da Ilha do Bananal acabou secando por conta da estiagem extrema que atinge a região. A seca tem afetado os indígenas e os animais silvestres. Um quati-de-cauda-anelada emocionou brigadistas que combatem os incêndios florestais após ser flagrado em busca de água.
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“Nunca tínhamos visto o lago seco da forma como está, em vários lugares está cortado e os peixes estão represados. As complicações são enormes, tanto para vida aquática como terrestre que depende do lago para beber água. Também tem as comunidades indígenas, que podem ficar sem pescar para suas famílias. Estamos monitorando e muito preocupados com essa situação”, afirma Cleber Javaé, chefe da brigada indígena.
O Lago Sohoky, onde o quati foi filmado, tem 48 km de extensão e abriga várias espécies de peixes.
Brigadista filma quati-da-cauda-anelada fugindo de fogo e buscando água em lago seco, na Ilha do Bananal
Claudinei Oliveira Silva/Brigada Javaé
No vídeo, gravado pelo brigadista Claudinei de Oliveira Silva, o quati aparece andando lentamente pelo solo ressecado do local onde antes ficava o lago. Além de fugir do fogo, calor e fumaça, o animal precisou percorrer uma distância maior para conseguir se hidratar.
“Caçando água e fugindo do fogo que tá vindo. Muito fogo, peixes morrendo… e lá vai ele caçando uma aguinha, coitado, com sede”, lamenta o brigadista.
O Lago Bananal, na mesma ilha, também passa por uma seca extrema. No início de setembro brigadistas e indígenas se juntaram em uma força-tarefa para resgatar os peixes que ficaram atolados em poças de lama. A região está sem chuva a mais de seis meses.
Lago Sohoky, na Ilha do Bananal, alimenta comunidades indígenas que dependem da pesca
Jefferson Tukunaka Javaé/Brigada Javaé/Prevfogo
Calor extremo dificulta trabalho
Além da seca extrema, a maior ilha fluvial do mundo também tem sofrido com os incêndios florestais. O combate vem sendo feito há semanas por brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Equipes do 22º Batalhão de Infantaria Mecanizado (22º BIMEC) também foram enviadas para reforçar o combate aos incêndios florestais na região, que faz parte do Parque Nacional do Araguaia. Cerca de 60 militares foram capacitados pela Defesa Civil e estão atuando em comunidades e reservas indígenas do município da Lagoa da Confusão.
“Os principais desafios que nós estamos encontrando são às altas temperaturas, ao calor, à secura. Com essa atividade de combate a incêndio, realmente os nossos militares buscam a superação para que possam atuar o máximo possível. E a outra questão são algumas áreas de difícil acesso. Então nós estamos aprimorando ainda mais a nossa logística, os transportes terrestres e também as comunicações para que todas as agências possam ter o melhor aproveitamento nessa atividade de combate a incêndio”, explicou o coronel Edmur Benites Ramos, comandante do 22º BIMEC.
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Quase 50 animais são resgatados após serem vítimas de incêndios florestais no Tocantins
Animais feridos
Cobras morrem queimadas em incêndio na Ilha do Bananal
Reprodução
Do dia 1º de agosto até 10 de setembro foram resgatados 49 animais silvestres vítimas de incêndios florestais no Tocantins, segundo o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). Estes animais estão sendo atendidos Centro de Fauna do Tocantins (CEFAU).
Ao todo, são 36 aves e 13 répteis que foram afetados pelas chamas. Segundo o Instituto, nem todos sofreram queimaduras, mas todos são vítimas diretas dos incêndios e foram encontrados fugindo do fogo ou desnorteados no meio da fumaça, por exemplo.
O número de animais resgatados pode ser maior, pois alguns foram socorridos pela população e atendidos em clínicas particulares. Outros nem tiveram a sorte de serem resgatados e acabaram sendo mortos pelas chamas.
Dentro da Ilha do Bananal, cobras mortas foram encontradas pelos brigadistas durante o combate aos incêndios. Além das serpentes, outros animais silvestres têm sido avistados pelos combatentes.
“Não temos efetivo suficiente para expandir a operação para atender essas outras necessidades que são reais nesse momento. Todos os focos ficam em áreas extremamente isoladas onde não é possível fazer deslocamento via terrestre, somente por via aérea”, afirma o chefe de operações da brigada Ueslei Pedro Leal de Araujo, que atua dentro da Ilha do Bananal.
Vendedor resgatou animal silvestre de incêndio florestal em Paraíso do Tocantins
Acervo Pessoal
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O maior lago da Ilha do Bananal acabou secando por conta da estiagem extrema que atinge a região. A seca tem afetado os indígenas e os animais silvestres. Um quati-de-cauda-anelada emocionou brigadistas que combatem os incêndios florestais após ser flagrado em busca de água.
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“Nunca tínhamos visto o lago seco da forma como está, em vários lugares está cortado e os peixes estão represados. As complicações são enormes, tanto para vida aquática como terrestre que depende do lago para beber água. Também tem as comunidades indígenas, que podem ficar sem pescar para suas famílias. Estamos monitorando e muito preocupados com essa situação”, afirma Cleber Javaé, chefe da brigada indígena.
O Lago Sohoky, onde o quati foi filmado, tem 48 km de extensão e abriga várias espécies de peixes.
Brigadista filma quati-da-cauda-anelada fugindo de fogo e buscando água em lago seco, na Ilha do Bananal
Claudinei Oliveira Silva/Brigada Javaé
No vídeo, gravado pelo brigadista Claudinei de Oliveira Silva, o quati aparece andando lentamente pelo solo ressecado do local onde antes ficava o lago. Além de fugir do fogo, calor e fumaça, o animal precisou percorrer uma distância maior para conseguir se hidratar.
“Caçando água e fugindo do fogo que tá vindo. Muito fogo, peixes morrendo… e lá vai ele caçando uma aguinha, coitado, com sede”, lamenta o brigadista.
O Lago Bananal, na mesma ilha, também passa por uma seca extrema. No início de setembro brigadistas e indígenas se juntaram em uma força-tarefa para resgatar os peixes que ficaram atolados em poças de lama. A região está sem chuva a mais de seis meses.
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Jefferson Tukunaka Javaé/Brigada Javaé/Prevfogo
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Além da seca extrema, a maior ilha fluvial do mundo também tem sofrido com os incêndios florestais. O combate vem sendo feito há semanas por brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Equipes do 22º Batalhão de Infantaria Mecanizado (22º BIMEC) também foram enviadas para reforçar o combate aos incêndios florestais na região, que faz parte do Parque Nacional do Araguaia. Cerca de 60 militares foram capacitados pela Defesa Civil e estão atuando em comunidades e reservas indígenas do município da Lagoa da Confusão.
“Os principais desafios que nós estamos encontrando são às altas temperaturas, ao calor, à secura. Com essa atividade de combate a incêndio, realmente os nossos militares buscam a superação para que possam atuar o máximo possível. E a outra questão são algumas áreas de difícil acesso. Então nós estamos aprimorando ainda mais a nossa logística, os transportes terrestres e também as comunicações para que todas as agências possam ter o melhor aproveitamento nessa atividade de combate a incêndio”, explicou o coronel Edmur Benites Ramos, comandante do 22º BIMEC.
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Reprodução
Do dia 1º de agosto até 10 de setembro foram resgatados 49 animais silvestres vítimas de incêndios florestais no Tocantins, segundo o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). Estes animais estão sendo atendidos Centro de Fauna do Tocantins (CEFAU).
Ao todo, são 36 aves e 13 répteis que foram afetados pelas chamas. Segundo o Instituto, nem todos sofreram queimaduras, mas todos são vítimas diretas dos incêndios e foram encontrados fugindo do fogo ou desnorteados no meio da fumaça, por exemplo.
O número de animais resgatados pode ser maior, pois alguns foram socorridos pela população e atendidos em clínicas particulares. Outros nem tiveram a sorte de serem resgatados e acabaram sendo mortos pelas chamas.
Dentro da Ilha do Bananal, cobras mortas foram encontradas pelos brigadistas durante o combate aos incêndios. Além das serpentes, outros animais silvestres têm sido avistados pelos combatentes.
“Não temos efetivo suficiente para expandir a operação para atender essas outras necessidades que são reais nesse momento. Todos os focos ficam em áreas extremamente isoladas onde não é possível fazer deslocamento via terrestre, somente por via aérea”, afirma o chefe de operações da brigada Ueslei Pedro Leal de Araujo, que atua dentro da Ilha do Bananal.
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