Parentes de Bruna Karlla Ferreira de Oliveira, de 19 anos, e Tayla Suellem de Almeida, de 15 anos, falaram da amizade das meninas e sobre a dor da perda. Acidente que vitimou as jovens em Luzimangues está sendo investigado. Famílias de jovens mortas em acidente de trânsito em Luzimangues cobram respostas
O acidente que matou duas jovens após serem atingidas por um ônibus escolar em Luzimangues, distrito de Porto Nacional, causou grande impacto nas famílias. Wilker Ferreira de Oliveira, empresário e pai de Bruna Karlla Ferreira de Oliveira, de 19 anos, não consegue esconder a dor e o vazio pela perda da filha, que era a primogênita. As últimas palavras que ele disse a ela na manhã do acidente foram ‘vai com Deus’.
“Ela era um exemplo de cristã, ela me trouxe paz, me trouxe alegria. Era minha única filha, que agora foi embora”, lamentou, com lágrimas nos olhos.
O acidente foi na manhã da do dia 6 de dezembro, na esquina da avenidas B e da rua 21, no Jardim do Porto. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), as causas do acidente estão sendo investigadas e os laudos da perícia foram solicitados. O inquérito foi instaurado e testemunhas já começaram a ser ouvidas.
A Prefeitura de Porto Nacional informou que contratação e capacitação dos motoristas e monitoras são de responsabilidade das empresas contratadas, mas que fiscaliza e acompanha (veja nota na íntegra no fim da reportagem).
Wilker lembrou de como soube do acidente. “Até então eu estava no trabalho, em uma reunião, foi quando eu fiquei sabendo que ela tinha apenas se acidentado. Mas quando eu cheguei no meio da viagem, o colega dela me ligou chorando e eu já tive uma noção do que estava acontecendo. Cheguei no local do acidente e estava minha filha lá, toda ensanguentada”, comentou o pai.
No quarto de Bruna, os pertences ainda estão nos mesmo locais onde a jovem guardou. O pai ainda segurava o relógio que ela usava no momento do acidente e que ficou destruído.
Wilker ainda afirmou que no dia do acidente, a filha iria buscar a carteira de habilitação.
“Na hora que ela foi fechar o portão eu falei ‘filha, e a sua carteira?’, ‘pai, vou pegar hoje a minha carteira’ [disse Bruna]. ‘Então tá bom, minha filha, vai com Deus’. A carteira dela já estava no Detran. Ela era muito preocupada sobre esse requisito. Falava assim, ‘pai, tenho que tirar minha habilitação’”, disse Wilker, afirmando que a filha era habilitada para pilotar a moto que conduzia.
Bruna era muito amiga de Tayla Suellem de Almeida, de 15 anos, que morreu no mesmo acidente. A tia da menina, Francisca Cristina Nascimento, contou que Bruna começou a dar carona para a sobrinha naquela mesma semana e que as duas sempre estavam juntas.
Bruna Karlla e Thayla Suelen morreram em acidente
Arquivo Pessoal
“A Tayla era uma menina alegre, era muito amiga da Bruna. Todo dia ela saía lá de casa 9h, 9h30. A Bruna chegava, me abraçava e lá para dentro do quarto e ficava horas conversando. Era uma menina muito doce, todo lugar ela queria ir, queria ir para a Bruna”, comentou.
As duas jovens morreram quando seguiam de moto para o trabalho. A batida envolveu um ônibus escolar quando os veículos faziam uma curva.
“Minha prima me ligou falando do acontecido, mas em nenhum momento ela falou que elas tinham vindo a óbito, falou que estava na UPA. Quando eu cheguei elas ainda estavam no local”, relembrou Francisca.
No boletim de ocorrência, o motorista do ônibus escolar disse que não viu a motocicleta, pois ela não estava no seu raio de visão. Também afirmou que o freio e as luzes de seta estavam funcionando e que sinalizou a conversão à esquerda, e que informou que no momento do acidente estavam no ônibus uma monitora e duas crianças.
As famílias das duas jovens querem entender o que de fato aconteceu enquanto tentam lidar com a perda. A tia de Tayla não consegue controlar as lágrimas ao lembrar que perdeu a sobrinha de forma tão trágica.
“Não tem como controlar os sentimentos que estamos sentindo, então eu só quero justiça. Eu sei que nada vai trazer a vida das minhas meninas de volta, mas não vai ficar impune”, afirmou Francisca.
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Relembre
Bruna trabalhava em Palmas e estava dando uma carona para Thayla, que trabalha em Luzimangues. Segundo a Polícia Militar, o acidente ocorreu por volta das 7h, na Avenida B. Testemunhas relataram para a PM que o ônibus estava fazendo uma curva quando o motorista ouviu um barulho de batida. Ao descer para verificar o que teria acontecido, viu que o veículo havia colidido com a motocicleta das vítimas.
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Reprodução
A Secretaria da Segurança Pública informou que o motorista do ônibus foi ouvido e liberado por ainda não haver elementos suficientes para determinar a causa do acidente.
Bruna e Tayla foram veladas na sede da Assembleia de Deus Ciadseta, no bairro Vila Morena, em Luzimangues, distrito de Porto Nacional. O enterro aconteceu no cemitério local.
O que diz a Prefeitura de Porto Nacional
A contratação e capacitação dos motoristas e monitoras são de responsabilidade das empresas contratadas. A Secretaria Municipal de Educação acompanha e faz a fiscalização.
As fiscalizações ocorrem de forma periódica, como também são motivadas quando recebemos alguma denúncia.
Em relação às condições de manutenção dos veículos são acordadas com as empresas via contrato tendo estes, que obedecer uma regularidade das manutenções periódicas afim de manter a qualidade dos atendimentos.
Por fim, a Secretaria Municipal de Educação informa que aguarda as conclusões do laudo pericial do trágico acidente de sexta-feira.
Secretaria Municipal de Educação
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Fonte: G1 Tocantins