PNAD Contínua identificou crescimento comparação entre 2021 e 2023, registrando mais de 21 milhões de viagens no país no ano passado. Praias continuam sendo o destino predileto de quem viaja a lazer dentro do Brasil
Ana Clara Marinho/TV Globo
2023 marcou uma retomada do turismo no Brasil, após anos de queda em consequência da pandemia da Covid-19.
O IBGE divulgou nesta semana os resultados do módulo de turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que registraram 21,1 milhões de viagens realizadas em 2023, um aumento de 71,5% na comparação com os números de 2021.
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A pesquisa identificou que proporção de domicílios em que pelo menos um morador disse ter viajado no período subiu de 12,7% em 2021 para 19,8% em 2023. Veja a seguir a evolução ano a ano:
Brasileiro volta a viajar
Motivo das viagens
Segundo o IBGE, 85,7% das viagens feitas em 2023 foram motivadas por finalidades pessoais, a maioria delas por lazer ou reuniões entre familiares e amigos. As viagens por motivos profissionais corresponderam aos 14,3% restantes.
O aumento das viagens em 2023 ocorreu em conjunto com o crescimento do uso de veículos coletivos (ônibus e avião) e a queda do uso de carros no transporte. Os meios particulares correspondiam a 57,5% das viagens em 2020, porcentual que caiu para 51,1% em 2023.
Fosse de carro, ônibus ou avião, para onde iam os brasileiros? Atrás de sol e praia, destino de quase metade das viagens feitas a lazer. No entanto, a preferência parece estar mudando.
Brasileiros que viajam a lazer continuam buscando sol e praia acima de tudo.
IBGE/Divulgação
“O brasileiro tem sol e praia como maior demanda, mas isso vem diminuindo. A participação desse tipo de lazer caiu 9,4 pontos percentuais entre 2020 e 2023. Em contrapartida, houve um aumento de 6,0 pontos nas viagens em busca de cultura e gastronomia”, disse William Kratochwill, analista da pesquisa.
Principais gastos
A hospedagem foi o principal vilão para o bolso de quem viajou em 2023. Em média, os viajantes desembolsaram R$ 1.563 com este tipo de gasto. Talvez por isso, 41,8% dos turistas tenha optado pela estadia na casa de parentes ou amigos.
Alimentação e transporte foram os outros fatores que mais pesaram na conta dos brasileiros que viajaram, independentemente da classe de rendimentos analisada – o IBGE agrupou os entrevistados em grupos de menos de meio salário mínimo, de meio a um salário mínimo, de 1 a menos de 2 salários mínimos, de 2 a menos de 4 salários mínimos e de 4 ou mais salários mínimos.
Embora represente 22% dos 77,4 milhões de domicílios estimados no Brasil, a classe com menor rendimento (menos de meio salário mínimo) correspondeu a somente 12,9% das mais de 20 milhões de viagens de brasileiros em 2023. Em contrapartida, os 7,1% da classe com mais de 4 salários mínimos de renda responderam por um porcentual maior dos viajantes: 16,4%.
Nos domicílios em que ninguém viajou, a falta de dinheiro foi o principal fator impeditivo do turismo. O IBGE identificou que cerca de 25 milhões de domicílios não tiveram viajantes por motivos financeiros.
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O aumento das viagens em 2023 ocorreu em conjunto com o crescimento do uso de veículos coletivos (ônibus e avião) e a queda do uso de carros no transporte. Os meios particulares correspondiam a 57,5% das viagens em 2020, porcentual que caiu para 51,1% em 2023.
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