Lagoa da Confusão e Pium estão entre os 10 municípios com mais área queimada do bioma Cerrado no país. Seca prejudica níveis de rios e lagos. Tocantins registra 13.448 focos de incêndio na segunda semana de setembro de 2024
Luiz Henrique Machado/Governo do Tocantins
O Tocantins enfrenta uma situação crítica com 13.448 focos de incêndio registrados durante o ano, segundo levantamento do Boletim Climático divulgado pelo governo do estado. As queimadas são agravadas pela seca e queda nos níveis de rios e lagos.
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O levantamento divulgado nesta quarta-feira (18) é referente a semana entre os dias 10 a 16 de setembro. Os dados foram copilados pelo Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).
Avanço da seca pelo estado
Avanço na seca do estado, segundo monitoramento do estado
Cigma/Governo do Tocantins/Reprodução
Conforme o boletim, houve avanço de seca moderada nas regiões leste e oeste do estado, e aumento de áreas com seca grave no centro e sul.
A seca no estado vem se agravando ao longo dos últimos três anos, o que afeta diretamente os níveis dos rios. O maior lago da Ilha do Bananal acabou secando e um quati emocionou os brigadistas ao ser visto procurando água onde antes ficava o Lago Sohoky.
Pirarucus do Lago Bananal, na mesma ilha, tiveram que ser resgatados brigadistas e indígenas depois de ficarem atolados em poças de lama.
Lago Sohoky, na Ilha do Bananal, seco e sem vida preocupa brigadistas
Reprodução
Incêndios de norte a sul
Segundo levantamento, foram registrados 1.801 focos de incêndio no estado apenas entre os dias 10 a 16 de setembro. O total, em 2024, passa de 13 mil focos. Apesar disso, segundo o governo, houve uma redução de 35% no aumento no número de focos em relação à semana anterior.
Os municípios com maior quantidade de focos de incêndios são Lagoa da Confusão (353), Pium (255) e Formoso do Araguaia (187). Os dois primeiros, inclusive, estão entre os 10 municípios do Cerrado com maior área queimada no mês de agosto.
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Reprodução
Maior emissão de gás carbônico
Segundo o levantamento do Monitor do Fogo, coordenado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), somente em Lagoa da Confusão a área queimada no mês de agosto é de 90.263. O monitoramento do Ipam também mostra que o fogo no Cerrado está cada vez mais frequente e intenso, atingindo não apenas áreas naturais, mas também regiões agrícolas.
O desmatamento do cerrado brasileiro foi responsável pela emissão de mais de 135 milhões de toneladas de gás carbônico entre janeiro de 2023 e julho de 2024.
“O aumento do CO2 juntamente com outros gases de efeito estufa, eles aumentam a temperatura no planeta, então são uma das principais causas desse desbalanço climático, que termina afetando também esse regime de chuva, causando por exemplo uma seca mais prolongada, que a gente está vendo agora no cerrado”, explicou Fernanda Ribeiro, pesquisadora do IPAM e coordenadora do Sistema de Alerta de Desmatamento.
Além disso, 80% dessas emissões vieram da perda de vegetação nativa no Matopiba, uma das maiores fronteiras agrícolas do país, que abrange partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
“O desmatamento e incêndios em áreas naturais, eles estão conectados. E boa parte desse processo de desenvolvimento se dá exatamente pela expansão da fronteira agrícola pela conversão e degradação de áreas nativas do cerrado, para conversão posterior para uso econômico, principalmente para agricultura de grãos e também para o processo de especulação fundiária”, afirmou a pesquisadora da Universidade de Brasília (UNB), Mercedes Bustamante.
Ainda segundo o IPAM, entre 2023 e 2024, o Tocantins foi o estado do Matopiba que mais emitiu gás carbônico devido ao desmatamento do cerrado.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.
Luiz Henrique Machado/Governo do Tocantins
O Tocantins enfrenta uma situação crítica com 13.448 focos de incêndio registrados durante o ano, segundo levantamento do Boletim Climático divulgado pelo governo do estado. As queimadas são agravadas pela seca e queda nos níveis de rios e lagos.
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O levantamento divulgado nesta quarta-feira (18) é referente a semana entre os dias 10 a 16 de setembro. Os dados foram copilados pelo Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).
Avanço da seca pelo estado
Avanço na seca do estado, segundo monitoramento do estado
Cigma/Governo do Tocantins/Reprodução
Conforme o boletim, houve avanço de seca moderada nas regiões leste e oeste do estado, e aumento de áreas com seca grave no centro e sul.
A seca no estado vem se agravando ao longo dos últimos três anos, o que afeta diretamente os níveis dos rios. O maior lago da Ilha do Bananal acabou secando e um quati emocionou os brigadistas ao ser visto procurando água onde antes ficava o Lago Sohoky.
Pirarucus do Lago Bananal, na mesma ilha, tiveram que ser resgatados brigadistas e indígenas depois de ficarem atolados em poças de lama.
Lago Sohoky, na Ilha do Bananal, seco e sem vida preocupa brigadistas
Reprodução
Incêndios de norte a sul
Segundo levantamento, foram registrados 1.801 focos de incêndio no estado apenas entre os dias 10 a 16 de setembro. O total, em 2024, passa de 13 mil focos. Apesar disso, segundo o governo, houve uma redução de 35% no aumento no número de focos em relação à semana anterior.
Os municípios com maior quantidade de focos de incêndios são Lagoa da Confusão (353), Pium (255) e Formoso do Araguaia (187). Os dois primeiros, inclusive, estão entre os 10 municípios do Cerrado com maior área queimada no mês de agosto.
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Reprodução
Maior emissão de gás carbônico
Segundo o levantamento do Monitor do Fogo, coordenado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), somente em Lagoa da Confusão a área queimada no mês de agosto é de 90.263. O monitoramento do Ipam também mostra que o fogo no Cerrado está cada vez mais frequente e intenso, atingindo não apenas áreas naturais, mas também regiões agrícolas.
O desmatamento do cerrado brasileiro foi responsável pela emissão de mais de 135 milhões de toneladas de gás carbônico entre janeiro de 2023 e julho de 2024.
“O aumento do CO2 juntamente com outros gases de efeito estufa, eles aumentam a temperatura no planeta, então são uma das principais causas desse desbalanço climático, que termina afetando também esse regime de chuva, causando por exemplo uma seca mais prolongada, que a gente está vendo agora no cerrado”, explicou Fernanda Ribeiro, pesquisadora do IPAM e coordenadora do Sistema de Alerta de Desmatamento.
Além disso, 80% dessas emissões vieram da perda de vegetação nativa no Matopiba, uma das maiores fronteiras agrícolas do país, que abrange partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
“O desmatamento e incêndios em áreas naturais, eles estão conectados. E boa parte desse processo de desenvolvimento se dá exatamente pela expansão da fronteira agrícola pela conversão e degradação de áreas nativas do cerrado, para conversão posterior para uso econômico, principalmente para agricultura de grãos e também para o processo de especulação fundiária”, afirmou a pesquisadora da Universidade de Brasília (UNB), Mercedes Bustamante.
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