Ministro da Educação diz que pretende ‘impulsionar’ o Projeto Rondon

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O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou que sua gestão pretende impulsionar o Projeto Rondon entre os universitários brasileiros. Criado em 1968 com o objetivo de levar estudantes do ensino superior em viagens de prestação de serviços diversos em comunidades no território brasileiro, o projeto havia sido extinto em 1989, mas foi reativado a partir de 2005 pelo Ministério da Defesa (MD). O Ministério da Educação (MEC) é um dos parceiros na iniciativa.

“O Projeto Rondon leva o jovem universitário a visitar as regiões menos desenvolvidas do país, aquelas que foram esquecidas pelo mercado e que precisam ser incorporadas à vida nacional”, explicou Vélez no vídeo, que é o primeiro de um programa semanal batizado de “Bate-papo com o professor Vélez” e anunciado na noite desta segunda-feira (4) pelo MEC.

Sobre o Projeto Rondon

Segundo o site do MD, editais para 51 operações em diversos estados brasileiros foram publicados desde 2005.

Cada operação leva o grupo selecionado a uma região do país para desenvolver um trabalho específico. A mais recente, por exemplo, abriu inscrições em setembro de 2018 e contou com a participação da Universidade Caxias do Sul.

O edital abriu oito vagas para estudantes da instituição interessados em integrar a equipe encarregada de ajudar comunidades do município de Porto, no interior do Piauí no tratamento de resíduos sólidos, saneamento básico e gestão de água, além de desenvolver tecnologias para melhorar a qualidade de vida e incentivar o cooperativismo, associativismo e empreendedorismo para a geração de renda e o desenvolvimento econômico sustentável.

As ações do Projeto Rondon são divididas em três conjuntos e diversas áreas. Em saúde, por exemplo, uma das temáticas é “capacitar agentes multiplicadores em saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e jovens, na prevenção da prostituição infantil e na prevenção do uso de drogas”.

Na área de comunicação, os rondonistas, como são chamados os estudantes selecionados, preparam atividades com o objetivo, entre outros, de “capacitar lideranças e servidores municipais nos serviços e programas oferecidos de formação de políticas públicas”. Em direitos humanos e justiça, uma das ações é “capacitar agentes multiplicadores na prevenção da violência contra mulheres, crianças e adolescentes”.

Projeto em Roraima

No programa publicado pelo MEC, Vélez sugeriu que o Projeto Rondon pode realizar uma operação em Roraima, para atuação junto aos refugiados venezuelanos. “Hoje temos, por exemplo, em Roraima temos uma situação de extrema pobreza de pessoas que estão buscando refúgio no Brasil”, afirmou ele no vídeo.

“A presença de jovens universitários lá será uma coisa muito importante para valorização das suas profissões em relação às necessidades da sociedade brasileira.”

Educação moral e cívica

Vélez Rodriguez também afirmou que quer retomar o ensino de conteúdos de “educação cívica” nas escolas brasileiras. “Havia nas nossas antigas escolas primárias e secundárias, no ensino fundamental e no ensino médio. Havia a educação moral e cívica, e depois, no ciclo universitário, estudo de problemas brasileiros. Isso foi esquecido. Eu acho que seria necessário voltarmos a valorizar a educação cívica, a educação para a cidadania, que é a base do comportamento sobre o qual se sedimenta a vida comunitária, a vida cidadã”, disse o ministro.

“Então, eu vou dar muita ênfase a isso, à retomada desse processo de ensino de valores fundamentais, fundantes da nossa vida. Tanto no ensino infantil, quanto no ensino fundamental, ao longo de todo o ensino fundamental e, por que não, continuando no nível universitário”, continuou ele, antes de citar o Projeto Rondon como um exemplo de formação universitária voltada para a “prestação de um serviço social”.

“Esse ensino de valores cívicos deve vir desde a infância, passando pela juventude e indo até a universidade”, concluiu ele.